sábado, 21 de março de 2020

MÚSICA, TECNOLOGIA E PINTURA PARA COMPOR NARRATIVAS

Quando um professor consegue ter suas demandas atendidas (ser respeitado, ouvido, incentivado, alunos respeitosos e pró-ativos), fica pisando nas nuvens, cheio de alegria, com vontade de realizar mais, e até esquece"as dores do parto"!
Quem dá aula na Escola Ary Menegatto, de Americana, sabe do que estou falando! Vejo esse entusiasmo em muitos deles todos os dias.
Mas, não é mero acaso! É um conjunto de fatores que contribuem para que isso ocorra: Uma direção e coordenação firme e cooperativa, professores acolhedores e comprometidos, uma estrutura administrativa eficiente e pais participativos.
Chego ao final do ano, com a sensação de dever (ou prazer?) cumprido!
E com a culminância de uma bela exposição, que só foi possível graças a todos estes fatores mencionados. Nossos agradecimentos aos estudantes do Ary que, em tão pouco tempo, nos deram tanto!

O trabalho aqui realizado foi um entrelaçamento de saberes e linguagens que tiveram como ponto de partida a música erudita, iniciada pelo sec. XVII e chegamos aos dias atuais, onde propomos aos alunos que usassem os recursos tecnológicos para criar músicas híbridas. Com isso despertamos o interesse deles para o erudito, sem que se sentissem "massacrados" por um som que não estavam acostumados a ouvir com frequência. 
Na sequência os diversos períodos foram contextualizados usando outras linguagens, principalmente a visual, mas nesse ínterim da construção dos trabalhos visuais os alunos criaram vídeos, onde se utilizavam das músicas estudadas para criar a sonoplastia dos vídeos ou apresentações de seminário. Algumas equipes optaram por vídeo, outras pelo seminário. O produto final disso tudo foi a linda exposição mencionada, que foi dividida por eixos temáticos, sempre lembrando da liberdade dada ao aluno de seguir seu caminho: Ou fazendo estudos de obras de artistas consagrados, ou reinterpretando suas obras e trazendo-as para a contemporaneidade e suas demandas, ou criando sua própria obra partindo apenas dos recursos pessoais. Objetivou-se com isso, uma ampliação de repertório estético e cultural, criticidade, prática investigativa na contextualização dos saberes, promovendo uma maior sensibilidade e intuição que se manifestam em subjetividades e formas de expressão no processo de aprendizagem em Arte.

Vamos lá!

O primeiro eixo privilegiou a "Busca do Feminino" nas diversas épocas estudadas. Como inspiração obras de Jean Dominique Ingrés, Marc Chagal, André Lhote, Picasso, Frida Kalo, Velásquez.




No eixo "Em Busca do Masculino" buscou-se através de algumas pinturas icônicas, como "Cavaleiro com a mão no peito" de El Grecco, uma reflexão de quem seriam, na contemporaneidade, estes personagens, e o resultado foi bastante interessante. 


Caravaggio serviu de inspiração com sua obra "Baco" e "Ceia em Emaús",onde buscou-se refletir sobre as transformações nas comemorações da páscoa. Leonardo da Vinci, com sua obra "São João Batista".

Jean Dominique Ingrés com sua obra "Tétis Implorando a Júpiter" permitiu que se refletisse sobre as relações de domínio masculina, e Sergio Ferro, artista contemporâneo, propôs um olhar sobre a figura dos Yupies ("Young Urban Professional", termo cunhado no início dos anos 80 para definir os jovens que trabalhavam na cidade e que apresentavam um padrão de vestimentas e comportamentos).


O terceiro eixo foi "OS GIGANTES"



A imagem de fundo faz parte também da exposição, mas como era uma foto foi questionada, pelos próprios colegas, a atuação do aluno ao apresentá-la, ao que nós discordamos, claro, por constituir-se de uma iconografia contemporânea e que faz todo sentido a eles, por ser personagem de um jogo. Depois disso o mesmo aluno apresentou um trabalho, parte em vídeo, parte em oratória, que acabou por dirimir qualquer dúvida que alguém pudesse ter sobre sua validade.

E, por fim, mas não menos importante o eixo 'BRASIL, BRANCO, PRETO, MESTIÇO




















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