segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

ARTE MODERNA: DO ILUMINISMO AOS MOVIMENTOS CONTEMPORÂNEOS - RESUMO

Por ser o livro de Giulio Carlo Argan - Companhia das Letras - 2010, de suma importância aos professores de Arte, e a todos aqueles que estudam Arte, colocamos aqui um breve resumo até a pag. 83. As demais páginas serão resumidas em outras postagens.

O autor inicia o livro discorrendo sobre a dualidade entre o Clássico e o Romântico e coloca-os em antítese. Ao clássico refere-se, obviamente, a todo o movimento que se inicia com a arte Grega, a arte Romana, e se solidifica na arte do Renascimento dos séculos XV e XVI.
Já o Romântico o autor associa à arte cristã da Idade Média, mais precisamente ao Românico e ao Gótico.
Atribui aos estudos da estética, que se iniciaram na metade do século XVIII, às mudanças que elevaram as obras de arte para outro nível de concepção diferenciando-as das obras do Renascimento e do Barroco. E, aí ele traça paralelos com a Mimese de Platão e a Poiesis de de Aristóteles, ou seja: também a oposição entre a certeza teórica do clássico e a intencionalidade romântica (poética).
Coloca, também o Iluminismo como marco de rompimento da tradição: "A natureza não é mais a ordem revelada e imutável da criação, mas o ambiente da existência humana" - (pg.12).
E, como não poderia deixar de ser, também coloca as transformações tecnológicas que afetaram não apenas a ordem social e política, mas também as técnicas artesanais refinadas e individuais. "É do pensamento iluminista que nasce a tecnologia moderna, que não obedece à natureza, mas a transforma" - pg. 17.
Argan vai buscar em Kant e sua "Crítica do Juízo" explicações para distinguir o "belo pitoresco", característico do Romantismo, e o "belo sublime", característico do período clássico e, novamente os contrapõe definindo o belo pitoresco (belo romântico) como subjetivo, mutável, e o belo clássico como objetivo, universal e imutável.
Mas, para o autor, eles também se completam e na sua contradição dialética refletem o grande problema da época: a dificuldade da relação entre o indivíduo e a coletividade. "Ou se vive da relação com os outros e o Eu se dissolve e é a Vida, ou o Eu se absolutiza e corta qualquer relação com o outro, e é a Morte". (pg.20)
Aliado às dinâmicas tecnológicas, deve-se aos artesãos e marceneiros a difusão da cultura figurativa neoclássica entre os costumes sociais. Descobrem que a simplicidade construtiva do antigo se presta admiravelmente à produção já parcialmente em série, e assim, favorecem o processo de transformação do artesanato em indústria. pg.23)
O autor define o neoclassicismo não como uma estilística, mas como poética, uma vez que prescreve uma certa postura, também moral, em relação à arte.
Outra característica das mudanças que ocorriam neste período (final sec. XVIII e sec. XIX), diz respeito à Urbanística, com os grandes feitos no governo de Napoleão III nesta área, como alargamento das ruas, criação de imensas praças, grandes edifícios rigorosamente em estilo neoclássico, quase sempre destinados às funções públicas. Também nesta área vemos um contraponto do clássico com o gótico, como no caso da Alemanha, onde é possível encontrar edifícios e igrejas em um estilo neogótico. Na verdade, a revalorização do gótico se inicia na Inglaterra no séc. XVIII. Aqui, Argan cita Schinkel que "não só admira a sutil sabedoria construtiva dos arquitetos góticos, como também não tem dificuldades em admitir que, se a arquitetura classicista era apropriada à expressão do sentido de ESTADO, a arquitetura gótica, por seu lado, exprimia a tradição RELIGIOSA da comunidade". pg. (30).
Segundo o autor deve-se a Violet-le-Duc (que, além de escritor e restaurador, era também engenheiro) esse revival do gótico, não apenas nas igrejas como também em algumas construções particulares e públicas.
A partir daí o autor passa a analisar as obras de Willian Blake, Johann Henrich Füslli, Etienne-Louis Boullée Claude Nicola Ledoux, Willian Turner, John Constable, Goya, Jacques Louis David, Antonio Canova, Jean Auguste Dominique Ingrés, Theodore Gericault, Eugene Delacroix, Lorenzo Bartolini, Camile Corot, Théodore Rousseau, Honoré Daumier, Constantin Guys, Francois Millet, Camille Pissarro, e o quanto as obras destes artistas possuíam em sua estrutura de histórica, social, política e ética, dicorrendo sobre os posicionamentos destes artistas perante o seu tempo e seu envolvimento ou não à sociedade a que pertencia. Como no caso de Millet que pintou o homem do campo e sua lida, como nunca havia sido pintado. "Porém, ainda que sincera, a escolha política de Millet é ambígua: porque os camponeses e não os operários das fábricas, cuja miséria era ainda mais negra?"(pg.71).
Aí cita Daumier e sua escolha inteiramente política pintando a classe operária que luta contra os governos liberal-burgueses. Para Argan o romantismo de Daumier seria a raiz romântica do futuro Expressionismo, não se esquecendo também de Van Gogh, é claro!
A partir daí o autor inicia uma sequência linear através dos trabalhos dos impressionistas, cujo movimento formou-se na Paris dos anos 1860/70.
 "Não é verdade que os impressionistas, interessados em problemas exclusivos da visão, não tenham interesses sociais; certamente não tiveram uma linha política unitária, mas ao se empenharem em definir o que era a pintura em si, também queriam definir sua razão de ser na sociedade da época".pg. 83)
E cita Camille Pissaro como sendo o mais engajado politicamente do grupo dos impressionistas, e o define entre socialista e anárquico.
No quesito da fotografia, que havia sido inventada em 1839, Argan não a coloca como vilã da pintura, ao contrário, coloca-a como um artifício precioso que auxiliou os impressionistas, que não tinham problema nenhum em utiliza-las para facilitar seu trabalho. Contudo, admite que:
 "muitos serviços sociais passaram do pintor para o fotógrafo (retratos, vistas da cidade e de campos, reportagens, ilustrações). A crise atinge sobretudo os pintores de ofício, mas desloca a pintura como arte, para o nível de uma atividade de elite".(pg. 78)... E, assim, a pintura perdendo sua função social tradicional, torna-se um instrumento de pesquisa da mente humana, de seus conteúdos e processos, da qual a sensação visual é decerto um segmento, e exatamente o consciente aquém e além do qual existe um subconsciente e um sobre consciente".  (pg. 83).

CAPA DO LIVRO

                                                    



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

ÀS VEZES É PRECISO TEMPO!

O ano de 2017 foi um ano muito difícil para os professores que ainda não estavam efetivados no Estado de São Paulo!
Infelizmente o Sr. Governador Geraldo Alckmin não fez tudo que estava ao seu alcance para manter os parâmetros mínimos necessários. Fechou-se centenas de salas, aumentou-se o número de alunos por classe, voltou-se para as salas de aula professores que eram readaptados e que já desempenhavam outras funções, também igualmente imprescindíveis. Com isso, não havia aulas suficientes para os professores que estavam a menos tempo lecionando, e com isso foi necessário passar o ano todo apenas em substituição, que todo mundo sabe, não é uma tarefa fácil, pois os alunos não querem normalmente fazer as atividades de um professor que amanhã não estará mais ali.
Contudo, acabei substituindo uma professora na Escola Risoleta, na cidade de Americana, e conseguimos fazer um lindo trabalho. Os alunos ficaram empenhados pois entenderam as propostas que giravam em torno da obra de de Nadir Afonso, um artista plástico português que gosto de fazê-los conhecer, pois sua obra, além de muito interessante, propicia aos alunos um entendimento fácil de seus processos criativos e os estimulam a criar os próprios trabalhos. A outra temática foi Modernismo Brasileiro que também resultou em trabalhos interessantes e criativos.
O eixo de Nadir Afonso denominamos: Nadir Afonso, um menino que queria ser artista!
Fizemos um poster de abertura:



Como nas fotos da exposição os trabalhos ficavam distantes e não dava para apreciar os detalhes, colocamos aqui, apenas os agrupamentos.









A outra temática foi Modernismo Brasileiro que também resultou em trabalhos interessantes e criativos.
E no eixo do Modernismo Brasileiro também fizemos o poster de abertura, e um poema para complementar a abertura:

SOU MODERNO, SOU MODERNISTA, SOU CONTEMPORÂNEO

Dizem que meu pai é moderno
Nunca vi palavra mais démodé
Só porque ele anda de Skate!
...Os tombos ninguém vê

Dizem que Leonardo da Vinci
É moderno também
Mas, quem fez a Mona Lisa
...É moderno como ninguém

Estás me achando com cara de otário
E não caio nesta esparrela
Daqui a pouco vão dizer
Para que eu me case com Ela

Outro dia me disseram
 que  Modernismo é
  do século vinte
Mas, como pode ser moderno
O tal do Leonardo da Vinci?
Em 1452 ele nasceu
Agora, quem não entende mais nada sou Eu.

O eixo da exposição: Sou moderno, sou Modernista, sou Contemporâneo, foi a maneira que encontramos para provocar a reflexão aos alunos com relação a estas três palavras, que se confundem pela sonoridade (as duas primeiras) e pelo conteúdo.
A Idade Moderna, que teve início no ano de 1453 com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos foi um marco histórico da passagem da Idade Média, para a época dos descobrimentos, dos avanços científicos, da descoberta da imprensa por Gutemberg, entre outros avanços.
Já o Modernismo é um conjunto de movimentos culturais e artísticos que fez cair por terra os antigos cânones da arte greco-romana, implantando novas e diferentes formas de se olhar para o mundo. A máquina fotográfica já havia sido inventada e não se tinha mais a necessidade de se fazer obras realistas, pois a câmera o fazia. Além do que, os avanços na indústria propiciava outras formas de se viver.

Ser contemporâneo é ser do “mesmo tempo”. Tanto Rafael era contemporâneo de Leonardo da Vinci, como O Robinho é contemporâneo do Ronaldinho Gaúcho.


Parabéns a todos estes alunos que ali estavam em 2017 e que deram conta, em tão pouco tempo,  de tanto trabalho e com tanto talento.





domingo, 4 de março de 2018

DIVERSIDADE CULTURAL - O MARACATU

Num país com uma territorialidade tão extensa como a nossa, a diversidade cultural é mais comum do que se pensa, e, por vezes, nos causam até estranhamentos.

O Maracatu  é uma destas manifestações, uma mistura das culturas ameríndias, africanas e europeias, concentrada mais  nos Estados do Nordeste, mas hoje tem alcance em quase todo o Brasil, África, Canadá, França, Alemanha, entre outros.
Recebemos estas fotos de uma Festa de Maracatu, realizada na cidade de Nazaré da Mata, Estado de Pernambuco, vistas sob a lente de um Italiano amigo nosso, que aqui esteve em 2012, Riccardo Iorio. A ele nossos agradecimentos por esta contribuição.
Hoje, tido como uma manifestação carnavalesca por estas comunidades, sua história remonta à escravidão, e a hipótese mais difundida é a de que teria surgido à partir das coroações e autos do Rei do Congo, prática implantada no Brasil supostamente pelos colonizadores portugueses e, por consequência, permitida pelos senhores de escravo.
Os eleitos como rainhas e reis do Congo eram lideranças políticas entre os cativos: intermediários entre o poder do Estado Colonial e as mulheres e homens de origem africana. Destas organizações teriam surgido muitas manifestações culturais populares que passaram a realizar encontros e rituais em torno dessas representações sociais, originando o Maracatu do Baque Virado, que também estabeleceu ao longo dos anos em diversos "agrupamentos" uma forte ligação com a religiosidade do Candomblé ou Xangô Pernambucano.
Estivemos pesquisando e constatamos que, apesar de fazer parte importante de nossa cultura, até aquele ano (2012) não se encontrava registrado no IPHAN, (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como Patrimônio Cultural Imaterial.  Contudo, o devido registro foi feito em Dezembro de 2014 .
Para acompanhar as fotos tiradas por Ricardo Iorio, optamos por acompanhá-las de um trecho do livro Maxombas e Maracatu de Mario Sette, de 1948.
Vejam que, entre o texto e as fotos passaram-se 64 anos, mas parecem feitos do mesmo momento histórico.

Eram típicos no carnaval de antigamente. típicos, numerosos, importantes, suntuosos. No meio do vozerio da mascarada, dominando as marchas dos cordões, ouvia-se ainda longe o rumor constante, uniforme, monótono dos atabaques:
Bum...bum...bum...bum
Bum...bum...bum...bum

Era um maracatu. Havia os que gostavam dele e esperavam-no com curiosidade. Havia os que protestavam contra a revivescência africana e resmungavam.
Bum…bum…bum…bum… No fim da rua, por cima do povo, surgia o grande chapéu de Sol Vermelho, rodando, oscilando, curvando-se. 

E o batuque cada vez mais perto, mais perto. Dali a pouco desfilava o cortejo real dos negros

Vinha o rico estandarte com cores vivas e bordados a ouro. 


Traziam fetiches religiosos nas mãos

Depois o Rei e a Rainha, em trajes majestosos, debaixo da ampla umbela de seda encarnada com franjas douradas. Empunhavam os cetros, vestiam longos mantos, e tinham cabeças coroadas.

Na retaguarda do préstito, os atabaques, as marimbas, os congás, os pandeiros, as buzinas… As canções que todos entoavam eram ordinariamente nostálgicas, como uma ancestral saudade da terra de berço, ficada tão distante. Costumavam também cantar assim:
Bravos, Ioio! Maracatu Já chegou.
Bravos, Iaia! Maracatu vai passar.
Uma das mulheres empunhava uma grande boneca de pano toda engalanada de fitas, e repetia numa toada dolente:
A boneca é de seda…
A boneca é de seda… 


Os maracatus paravam em frente às casas dos protetores e ali dançavam durante alguns minutos. Antigamente licenciavam-se dezenas deles e apresentavam-se com verdadeiro luxo. Nas sedes havia demoradas festas, com danças e batuques, a que assistiam os soberanos sob um dossel de veludo.


Todos os negros da costa, tão comuns no Recife de ontem, aqueles mesmos que se reuniam , também, religiosamente, na Igreja do Rosário, lá se achavam para tomar parte no toques. O maracatu hoje escasseia e já não tem mais o esplendor de antes. Em menino eu tinha medo dos maracatus. 


Medo e como uma espécie de piedade intraduzível. Aqueles passos de dança, aqueles trajes esquisitos, aqueles cantos dolentes, me davam uma agonia…Eu me encolhia todo, juntando-me à saia de chita de minha mãe preta, com receio talvez de que os negros do maracatu a levassem também. E eu não sabia ainda ser o maracatu uma saudade…Hoje é que a compreendo, que a sinto, recordando os maracatus de minha infância e de minha terra, vendo os carnavais de outras cidades e de outra época… Parece-me perceber ainda o batuque longínquo, cada vez mais remoto, cada vez mais indeciso, quando, na alta noite da terça-feira, no silêncio e na tristeza do Carnaval acabado, o derradeiro maracatu se recolhia à sede…
Bum…bum…bum…bum…
Bum…bum…bum…bum…
E lá se ia, como se foi, o meu maracatu de menino…” 
  
                                                CRÉDITOS
Texto Extraído de: http://maracatu.org.br/o-maracatu/breve-historia/


Posts publicados originalmente em http://sabedoriapopular.blogs.sapo.pt/61307.html
e http://intercambiando.blogs.sapo.pt/74583.html estes da mesma autora deste blog.


Ricardo Iorio - autor das fotos.


Evolução da Bateria do Estrela Brilhante Carnaval de 2015


terça-feira, 1 de agosto de 2017

A ARTE CONTEMPORÂNEA É RUIM?

Com esta pergunta damos início à nossa caminhada nesta Escola.
Será uma caminhada em conjunto, onde todos os atores (Alunos e Professor) serão peças fundamentais e construtores do aprendizado. Vamos APRENDER A APRENDER.

Vamos construir um pensamento crítico e reflexivo, ao mesmo tempo que iremos nos aprofundando na Arte Contemporânea, ou seja: A Arte do Nosso Tempo.

Algumas vezes teremos que retornar nessa Linha do Tempo para poder compreender como conseguimos chegar até aqui, porque a arte não é algo "separado" da vida, do cotidiano, ela é a própria vida e o próprio cotidiano. Muito do que conhecemos hoje sobre a trajetória humana é graças aos registros da Arte. Num tempo em que não existia fotografia, nem sequer a escrita, como na Pré História, por exemplo, é justamente através da Arte Rupestre que temos alguns indícios do que ocorreu!

Por exemplo, neste vídeo que veremos em seguida, o Artista e Ilustrador Robert Florczak da Prager University, nos fala da Mona Lisa, que todos conhecem e sabem que é uma Obra espetacular de Leonardo Da Vinci, datado seu início de 1503. 

Olhando para esta obra, não é possível detectar algumas informações importantes da época? Estilo de vestimenta, estilo pictórico do artista, modo de se apresentar de uma dama renascentista.
Se fosse hoje, muito provavelmente a Mona Lisa poderia ser representada desta forma:


Apenas através destas duas imagens, já não é possível detectar algumas mudanças no pensamento e costumes humanos?

Bem, mas vamos seguir em frente! 
No vídeo nos são apresentadas obras emblemáticas da História da Arte ( que se confundem com, e são, a própria história da humanidade). Além da Mona Lisa ele nos fala da "Moça com Brinco de Pérola", uma obra de Johannes Wermeer, datada por volta de 1665.


E da Escultura de Michelangelo, datada de 1498 a 1499, a Pietá


O Professor compara estas e outras obras clássicas, com algumas criações contemporâneas como
a Santíssima Virgem Maria de  Chris Ofili


Onde a virgem Maria aparece retratada com uma feia aparência, envolta em fezes de elefante e genitais femininos em colagem, recortados de uma revista pornográfica. Esta obra causou muita polêmica em sua exposição num Museu do Brooklin, em Nova York - USA. Quem quiser ver maiores detalhes sobre a polêmica visite este blog

Robert Florckzack mostra também uma Escultura de Marcel Waldorf, um artista de 31 anos, que no ano de 2010 ganhou um premio de mil euros com a obra "PETRA", onde retrata um policial fazendo xixi.

Mas será que só de obras ruins é feita a Arte de Nosso Tempo? Estas obras apresentadas pelo Sr. Florczak, são mesmo ruins? Não estariam estas obras tentando nos mostrar alguma coisa? Quais códigos teremos que desvendar para compreendê-las? 

No post "INSTALAÇÃO NA ARTE CONTEMPORÂNEA", mostraremos algumas obras contemporâneas e tentaremos devendar seus códigos para melhor compreendê-las.  


O VÍDEO DO PROFESSOR ROBERT FLORCZAK






domingo, 30 de julho de 2017

INSTALAÇÃO NA ARTE CONTEMPORÂNEA

A ideia de "Instalação" na Arte Contemporânea, data por volta da década de 1960, e designa um ambiente construído em espaços em uma Galeria ou Museu, onde a produção artística lança a obra no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre os objetos, construções, o ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos. Se alguns trabalhos são nomeados expressamente pelos artistas e/ou críticos como instalações, outros, ainda que não recebam o rótulo, podem ser aproximados do gênero, como é o caso dessa obra de Adriana Varejão, "Testemunhas Oculares XYZ" que, embora não tenha todas as características de uma Instalação, pode ser considerada dentro dessa categoria, devido a algumas peculiaridades, como o rompimento das fronteiras entre pintura, escultura, fotografia, conceito e poética.

Vejamos a obra em detalhes

A Artista se auto retrata em três momentos.

 Como Chinesa, 

como Moura 

e como Indígena


Todas elas tem o olho extirpado, rasgando a tela para extrair o olho, abre uma ferida, revela a carne ao cegar e retirar a capacidade de testemunhar ocularmente.


Sobre uma superfície de vidro sustentada por uma estrutura de ferro encontra-se uma lente de aumento, sugerindo de imediato a ideia de cientificismo aplicado ao objeto que está ao seu lado. O conjunto se completa com o suporte de uma peça de cerâmica e prata: um porta-retratos, ou talvez "porta-joias" em formato de olho que se abre, aludindo à preciosidade do olhar, mas principalmente a riqueza de revelar o que vê.


Observem a riqueza de detalhes da obra, que possui, além do estudo historiográfico dos personagens, a pintura sobre tela, o serviço de ourivesaria do porta joias, a encenação dos atores para a fotografia, o detalhe da lente de aumento para poder apreciar o pequeno conteúdo fotográfico.

Depois de lido, peço para salvarem esta página nos celulares, para execução da atividade prática em classe.
A Atividade Prática se constituirá de um "Projeto de Instalação" feita em A4 ( papel sulfite comum), sobre o tema "ÁGUA", podendo ser desenvolvido para "DENUNCIAR" ou "APONTAR SOLUÇÕES.
A escolha dos materiais a serem utilizados no projeto fica a critério do aluno, podendo usar, inclusive, colagens, vídeos, iluminação. 


BIBLIOGRAFIA

VAREJÃO Adriana, MORAES Marcos - 1.ed.- São Paulo: Folha de São Paulo:Instituto Itaú Cultural, 2013.








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